O maior aeroporto do país tem 60 dias para resolver as questões apontadas pela Agência Nacional da Aviação Civil. A Anac deu dois meses para que o Aeroporto Internacional de São Paulo resolva problemas.
Assim que chegam a São Paulo, passageiros atravessam um cenário que não foi feito para turistas. Paredes mal pintadas, pontos interditados, lâmpadas queimadas, tomadas expostas, buracos no teto, e os banheiros poderiam ser mais limpos.
"Está muito sujo. Papel higiênico no chão, muita gente viaja, precisa. E vir em um banheiro desses é muito descaso", diz a cozinheira Juliana Almeida.
E o que preocupa mesmo é aquilo que viajantes não podem ver: as companhias aéreas apontam falha na manutenção do pátio, das pistas e da sinalização para as aeronaves. Tudo confirmado pela fiscalização da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) - que decidiu que até que os problemas sejam resolvidos, o Aeroporto Internacional de Guarulhos não pode ampliar o número de voos.
"O aeroporto não é inseguro. É um aeroporto seguro. A gente segue as boas práticas internacionais de regulação. A gente identificou algumas oportunidades de melhoria na sinalização horizontal dos pátios de aeronaves ,de forma a possibilitar, sobretudo em voos noturnos, que os pilotos tenham uma melhor visualização do caminho que tem que seguir no táxi da aeronave, depois que pousa ou na hora de decolar, aumenta a eficiência do aeroporto. E também disponibilizar mais pessoal, o que a gente chama de fiscal de pátio, para permitir que essa operação ocorra de maneira mais eficiente", explica Tiago Pereira, diretor-presidente da Anac.
Anac sinaliza problemas no Aeroporto Internacional de São Paulo e limita voos
Jornal Nacional/ Reprodução
O maior aeroporto do país tem 60 dias para resolver as questões apontadas pela Anac.
"Se a concessionária não está cumprindo todos os índices de qualidade, o governo federal, por meio da Anac, pode estabelecer uma série de restrições ao andamento da concessão. Uma delas é a aplicação de sanção. Outra é estabelecer limites ao próprio negócio da concessionária. Porque a Anac identificou no caso concreto que haveria um risco operacional tendo em vista o descumprimento de certas obrigações de qualidade que a concessionária tinha", diz Vera Monteiro, professora de Direito Administrativo da FGV - Direito de SP.
Se nada for feito no prazo determinado pela agência, o número de voos permitidos será reduzidos em 5%.
"A atuação da Anac agora, como medida preventiva, é fundamental. Ela impedir que não conformidades operacionais aparentemente na parte de aeronaves de passageiros continuem a existir e que possam - se somadas - elas possam resultar em um acidente", afirma Jorge Leal Medeiros, professor de Transporte Aéreo e Aeroportos na Escola Politécnica da USP.
A concessionária que administra o aeroporto declarou que tem feito melhorias na infraestrutura e que espera que a medida seja revista, porque a considera desproporcional.
Publicada por: RBSYS