Com chuva e vento sul forte, a água foi represada no Guaíba. Faltou luz em uma casa das casas de bombas que drenam água, e bairros da Zona Sul ficaram novamente alagados. Chuva volta a provocar novas inundações em bairros de Porto Alegre
Bairros de Porto Alegre e a estação rodoviária voltaram a ficar alagados nesta segunda-feira (3).
Nas últimas 24 horas choveu 18 milímetros em Porto Alegre. Com vento sul forte, a água foi represada no Guaíba, e bairros da Zona Sul ficaram novamente alagados. Moradores do Menino Deus mostram bueiros entupidos o que agravou ainda mais o problema.
“O bueiro está enchendo, está enchendo de novo e é horrível aqui está cada vez pior. Toda vez tem que sair de casa”, conta o mecânico Luiz Carlos Camargo.
Isabel, tentou tirar o carro que está embaixo d'água há duas semanas. Mais uma vez, não conseguiu.
“Horrível, né? A gente não tem mais o que pensar. Um dia tem sol e outro tem chuva e está tudo alagando de novo”, fala a analista de sistemas Isabel Rocha.
A CEASA continua alagada há quase um mês. Mais de mil toneladas de alimentos vão precisar ser descartadas. A parte mais baixa da rodoviária de Porto Alegre, que tinha secado, agora encheu com água dos bueiros.
De manhã, faltou luz. E a estação que drena o esgoto pluvial dos bairros Menino Deus e Cidade Baixa parou de funcionar. Os alagamentos só diminuíram quando o departamento de água e esgoto providenciou um gerador. A prefeitura disse que a distribuidora de energia desligou a luz para reparos na rede.
Com vento sul forte, a água foi represada no Guaíba, e bairros da Zona Sul ficaram novamente alagados
Jornal Nacional/ Reprodução
“A gente vai deixar o gerador de forma permanente, né? Para que a gente não tenha mais nenhum tipo de intercorrência”, explica Joice Becker, diretora do Departamento Municipal de Tratamento de Água e Esgotos.
Das 23 estações de bombeamento na região metropolitana de Porto Alegre, 6 ainda não estão funcionando.
Na semana passada, o Lago Guaíba recuou bastante e no sábado (1º) ficou oficialmente abaixo da cota de inundação. Mas, na noite de domingo (2), voltou a subir: 36 centímetros. Nesta segunda (3), no final da tarde, recuou e bateu 3 metros e 60 centímetros, que é a cota de inundação.
Ao lado da Avenida Mauá ,no lugar de uma das comportas do sistema de proteção contra cheias, a Prefeitura manteve essa barricada com sacos de areia e cimento.
Em Guaíba, na Região Metropolitana o rio subiu mais ainda: 43 centímetros, segundo a Agência Nacional de Águas.
“Sem previsão para voltar, a água tá sempre com repique, ela abaixa e sobe, abaixa e sobe, ela tá nesse vai e vem. Esperando que baixe essa água para gente poder voltar e que volte a energia para começar a limpeza, não sei se limpeza é a palavra certa, é triste”, fala o aposentado Sérgio Ricardo Boeira.
Às 7 horas da manhã, faltava 1h30 para começar o atendimento, mas o repórter Pietro Oliveira estava diante de uma fila de mais de 100 pessoas aguardando - são moradores que perderam tudo na enchente e agora tentam conseguir o auxílio do Governo.
Repórter: Que horas que a senhora chegou aqui na fila?
Janira de Assis, operadora de subestação: "23h40. Se tu não chega esse horário, tu não consegue".
O governo estadual paga parcela única de até R$ 2,5 por família.
A distribuidora de energia informou que precisou consertar um equipamento da rede e que a luz voltou antes do meio-dia desta segunda (3).
Publicada por: RBSYS