Segundo a polícia, proprietário foi notificado três vezes para prestar esclarecimentos sobre o caso, mas não compareceu à delegacia em nenhuma das ocasiões. Djidja Cardoso, empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido que morreu por suspeita de overdose de cetamina, segundo a polícia.
TV Globo/Reprodução
O dono da clínica veterinária suspeita de fornecer cetamina para a família de Djidja Cardoso, José Máximo Silva de Oliveira, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça do Amazonas após ser notificado 3 vezes para prestar esclarecimentos e não comparecer. A ex-sinhazinha do Boi Garantido foi encontrada morta no dia 28 de maio, em Manaus, e a polícia suspeita de overdose da droga.
"Nas buscas realizadas nesta sexta em outras duas clínicas e petshops, ele (José Máximo) figura como responsável técnico desses locais. A gente representou pelas buscas e apreensões, em decorrência, inclusive, da análise dos equipamentos", disse o delegado Cícero Túlio, que conduz as investigações.
O g1 tentou falar com a defesa do empresário, que é considerado foragido pela Polícia Civil, mas não tinha conseguido contato até a última atualização da reportagem.
Nesta sexta-feira (7), a polícia prendeu o ex-namorado de Djidja, Bruno Roberto, e Hatus Silveira, que se passava por personal trainer da empresária. Além deles, dois funcionários da clínica veterinária também foram detidos na operação.
Um dia após as primeiras prisões do caso, os investigadores foram até a clínica veterinária, localizada na Zona Oeste da capital, apurar a suposta venda da droga cetamina sem a observância das exigências legais e retenção de receituário.
Em novas buscas, polícia apreende cetamina, ampolas e seringas em salões de beleza da família da ex-sinhazinha
Karla Melo/Rede Amazônica
Com o avanço das investigações, o dono da clínica veterinária foi notificado três vezes para prestar esclarecimentos sobre o caso, mas não compareceu à delegacia em nenhuma das ocasiões. Com isso, foi expedido um mandado de prisão contra ele.
Além do estabelecimento, outras duas clínicas veterinárias também passaram a ser investigadas pela polícia suspeitas de venderem ilegalmente a substância. Elas foram alvos de busca e apreensão também nesta sexta.
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Mãe filmava uso de cetamina
Mãe costumava gravar vídeos da ex-sinhazinha e irmão sob efeito de cetamina em Manaus
Segundo a polícia, a mãe de Djida, Cleusimar Cardoso, tinha o costume de gravar a família sob efeito de cetamina e também registrava os momentos em que os filhos faziam as aplicações, utilizando seringas.
As imagens, obtidas com exclusividade pela Rede Amazônica, foram incluídas pela polícia na investigação sobre o caso. Segundo a polícia, as gravações foram feitas na casa onde Djidja foi achada morta, na Zona Norte de Manaus. (Veja no vídeo acima).
O grupo realizava rituais em que promoviam o uso indiscriminado da droga sintética de uso humano e veterinário. No caso de pessoas, a cetamina é usada como anestésico, analgésico e até no tratamento da depressão. Além disso, seu uso recreativo também é popular, mas a prática é ilegal desde 1980.
De acordo com a polícia, as evidências apontam que os rituais eram realizados dentro dos salões de beleza e na residência da família. Nos locais foram encontrados ampolas de cetamina, dezenas de seringas e agulhas.
Em publicações nas redes sociais, o irmão da ex-sinhazinha se apresentava como um tipo de “guru” que poderia ajudar as pessoas a “sair da Matrix”, que seria ir para o "plano superior" citado pelo grupo.
“Saia da Matrix e venha viver esse amor em ‘Uno’ comigo! Me manda um direct se você estiver perdido em sua trajetória existencial, se quiseres respostas que nunca conseguiram te dar, eu posso te ajudar”, disse em uma das publicações.
Ademar e a mãe também possuem o nome do grupo tatuado no corpo.
“Ao longo das investigações, tomamos conhecimento de que Ademar também foi responsável pelo aborto de uma ex-companheira sua, que era obrigada a usar a droga e sofria abuso sexual quando estava fora de si. A partir desse ponto, as diligências se intensificaram e identificamos uma clínica veterinária que fornecia medicamentos altamente perigosos para o grupo religioso”, disse Cícero Túlio, delegado responsável pelo caso.
Causa da morte de Djida
Djidja, que por cinco anos foi uma das estrelas do Festival de Parintins, foi encontrada morta no último dia 28. O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) aponta que a morte da ex-sinhazinha foi causada por um edema cerebral que afetou o funcionamento do coração e da respiração.
O laudo, no entanto, não aponta o que teria levado Djidja ao quadro.
A principal hipótese da polícia é de que a morte da ex-sinhazinha tenha relação com uma overdose de cetamina, substância anestésica que causa efeitos alucinógenos, sensação de bem-estar e tem potencial sedativo quando usado como droga recreativa.
O resultado final da necrópsia e o exame toxicológico devem ficar prontos ainda este mês.
Prima diz que Djidja usava fralda e não conseguia mais se levantar
Publicada por: RBSYS