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Inédito no Brasil, sequenciamento genético de pacientes com anemia falciforme vai ajudar em transfusões e novos tratamentos

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Inédito no Brasil, sequenciamento genético de pacientes com anemia falciforme vai ajudar em transfusões e novos tratamentos

O tratamento da doença é com remédios e transfusões de sangue, e a possibilidade de cura é com transplante de medula óssea. Pesquisadores da USP fazem sequenciamento genético de pessoas que têm anemia falciforme Pesquisadores da Universidade de São Paulo fizeram o sequenciamento genético de pessoas que têm anemia falciforme. O caderninho acompanha Claudete Matia da Silva desde 2014, quando a filha Nathaly começou a tratar a anemia falciforme, uma doença pouco conhecida. A Nathaly faz transfusões a cada três semanas. "Tudo eu marco porque é muito importante para mim", diz Claudete Matia da Silva, mãe de Nathaly. "Eu parei de sentir crise de dor quando eu comecei a fazer transfusão de sangue", conta Nathaly Fernandes Oliveira, de 15 anos. A anemia falciforme é uma doença hereditária e crônica. A mutação de um gene provoca um erro na produção dos glóbulos vermelhos do sangue, chamados de hemácias. O formato de disco, que permite a circulação livre das hemácias pelos vasos, dá lugar ao formato de foice. E as células vão enganchar umas nas outras, o que provoca desde dores muito fortes até AVC. Com o tempo, a doença também pode afetar os órgãos. O tratamento é com remédios e transfusões de sangue, e a possibilidade de cura é com transplante de medula óssea. Desde 2012, pesquisadores da USP buscam mais informações sobre a doença, que atinge principalmente a população negra. Em um evento em São Paulo, eles apresentaram, nesta quinta-feira (16), um estudo inédito no Brasil: o sequenciamento genético de 3 mil pacientes que têm anemia falciforme. O estudo já trouxe um resultado prático, que pode ajudar a melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. É uma carteirinha que traz informações bem detalhadas sobre o tipo de sangue do paciente. É para evitar que ele tenha complicações quando precisar de transfusão. Desde 2012, pesquisadores da USP buscam mais informações sobre a anemia falciforme Jornal Nacional/ Reprodução O presidente da Fundação Pró-Sangue explica que, além de A, B e O - positivo e negativo -, existem vários subtipos de sangue. E que, no caso desses pacientes, é importante carregar a identificação completa. "Quanto mais transfusões o paciente recebe, maior a capacidade de ele desenvolver anticorpos contra as hemácias que ele recebe. Então, destrói a transfusão. Então, a gente precisa selecionar aquele melhor doador para aquela transfusão”, explica Vanderson Rocha, presidente da Fundação Pró-Sangue. A professora Ester Sabino, uma das responsáveis pelo sequenciamento, diz que essa é uma boa notícia para quem sofre de uma doença que já foi muito negligenciada por preconceito: "Tem o componente de vir de uma população mais pobre, negra. Então, tem o nosso racismo cultural, que acaba levando esses pacientes a não receberem o mesmo cuidado. Acho que isso a gente tem que chamar a atenção e a gente tem que brigar por eles", diz Ester Sabino, professora da Faculdade de Medicina da USP. O Christopher Santos Lima, de 11 anos, foi um dos pacientes que receberam a carteirinha nesta quinta-feira (16). "Eu estou bem e eu tenho feito tudo que eu faço na minha vida. Brinco, eu faço tudo, normal", conta. LEIA TAMBÉM Mais frequente entre a população negra, doença falciforme causa dores intensas; associação busca pacientes no RS SUS vai disponibilizar dois novos medicamentos para a doença falciforme Terapia genética vence doença sanguínea hereditária

Publicada por: RBSYS

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