Da cidade de Extrema (MG), Andreas Oberhuber conta com 985 espécies registradas em 14 anos como observador de aves. Jacu-estalo avistado em Parnarama, município localizado no leste do Maranhão
Andreas Oberhuber
Morador de Extrema, no sul de Minas Gerais, Andreas Oberhuber tem uma coleção notável de fotografias de quase 1 mil espécies de aves. Por influência de familiares, o empresário de 48 anos viveu uma infância muito próxima à natureza.
“Desde que me conheço por gente sempre me interessei por animais e plantas, na infância minha grande inspiração foi à coleção de figurinhas e cards de animais do saudoso chocolate surpresa e os programas do Globo Repórter, com as expedições do Jacques Costeau”, conta Andreas.
Caburé-acanelado registrada em Extrema/MG
Andreas Oberhuber
“Esse amor que tenho pela natureza eu devo muito à minha mãe Sonia e à minha vó Elisabeth, ambas sempre que podiam me levavam para ambientes naturais, tenho muita saudade dos piqueniques às margens da represa Billings”, completa ele.
Andreas iniciou sua trajetória de forma amadora em 2010, quando decidiu observar aves nos arredores de Extrema. Como não conhecia as espécies, procurou conteúdos na internet e começou a publicar seus registros no Wikiaves, site que reúne informações e fotos feitas por observadores de aves.
O picapauzinho-barrado é o anão dos pica-paus, medindo aproximadamente 10 centímetros
Andreas Oberhuber
“Em 2010, já com 34 anos, comprei um terreno em Extrema, onde comecei a plantar mudas de árvores nativas e frutíferas. A cada visita ao terreno, eu observava aves que até então nunca havia visto”, explica o fotógrafo.
Ele conta que estar em ambientes naturais é a melhor maneira que encontrou de se desconectar dos problemas do dia a dia, praticando a fotografia como hobby, fazendo trilhas, correndo na montanha e cuidando das mudas e árvores que plantou na chácara.
Com 985 espécies registradas, Andreas Oberhuber observa aves há 14 anos
Arquivo pessoal
Dentre todos os cliques, algumas espécies raras se destacam, como o jacu-estalo, o apuim-de-costas-azuis e o caburé-acanelado. Além de ter realizado alguns registros de onça-pintada. Saiba mais sobre esses animais abaixo:
Jacu-estalo
Habitante de florestas primárias altas, o jacu-estalo (Neomorphus geoffroyi) é uma ave relativamente grande e é considerada Vulnerável (VU).
Jacu-estalo foi avistado no Maranhão
Andreas Oberhuber
“Um dos registros mais desafiadores que fiz foi em novembro de 2023, quando meu amigo Marco Cruz me convidou para uma viagem de três dias para o Maranhão, com o objetivo de registrar o jacu-estalo, espécie que é considerada um fantasma das matas”, conta Andreas.
Sua área de distribuição abrange a Amazonas, sul da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e, originalmente, o norte do Rio de Janeiro. Na América do Sul, é encontrado da Nicarágua à Bolívia. A ave possui seis subespécies reconhecidas atualmente.
Vive a maior parte do tempo andando e pulando no chão; regularmente empoleira-se para descansar, arrumar a plumagem e dormir, deitando-se no galho como uma galinha.
Apuim-de-costas-azuis
Da família dos psitacídeos, o apuim-de-costas-azuis (Touit purpuratus) é um papagaio que mede de 17 a 18 cm de comprimento e vive em florestas e regiões de cerrado. A espécie apresenta vasta distribuição na Amazônia, mas dificilmente é avistado por se esconder no dossel das árvores.
Apuim-de-costas-azuis registrado na torre do Musa, em Manaus (AM)
Andreas Oberhuber
“Uma das minhas fotos preferidas é a do apuim-de-costas-azuis. No momento da foto, eu estava na torre do Musa (Museu da Amazônica), na cidade de Manaus (AM). A foto é a mais bem avaliada no site Wikiaves, e representa a espécie em sua página”, conta Andreas.
Em voo, emite um chamado que parece um lamento, muito diferente do chamado de outros papagaios na região amazônica. Se alimenta de frutos, vive em bandos de até 40 aves e nidifica em ocos de árvores ou cupinzeiros arbóreos a baixa altura.
Onça-pintada
Além das aves, o fotógrafo também gosta de registrar qualquer animal em vida livre, como é o caso da onça-pintada (Panthera onca), o maior felino das Américas e o terceiro maior felino do mundo.
Andreas avistou sete onças-pintadas em uma viagem que a realizou à região de Porto Jofre, localizada no final na estrada Transpantaneira, no munícipio de Poconé (MT).
A onça-pintada está presente em quase todo o Brasil, sendo o principal país na conservação e sobrevivência da espécie em longo prazo.
Andreas Oberhuber
A onça é um animal com hábitos predominantemente crepusculares e noturnos, sendo mais ativo ao anoitecer e ao amanhecer.
*Texto sob supervisão de Giovanna Adelle
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Publicada por: RBSYS