Um parente deu entrevista ao Encontro e disse que Júlia Cathermol tinha sido apresentada para a família anos antes. Luiz Marcelo Antônio Ormond foi achado morto no apartamento onde morava no Engenho Novo
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Um parente do empresário Luiz Marcelo Ormond, em entrevista ao programa Encontro, contou que a família dele não apoiava o relacionamento com Júlia Cathermol, que é suspeita de matar o homem por motivação financeira.
O homem, que preferiu não se identificar, disse que a família já sabia da relação deles há anos e que a mãe nunca foi a favor. Após o falecimento da mãe, há cerca de um ano, o empresário e a moça, que atuava como garota de programa, voltaram a se aproximar.
"As pessoas diziam 'tua mãe não gostava dela, você vai ficar com ela?' e ele ficava com uma postura de quem sabia o que estava fazendo e ele não gostava que falassem que ela não era uma boa pessoa. A mãe dele enquanto era viva não apoiava, parecia que estava pressentindo essa energia ruim dela", contou o homem.
O casal estava morando junto há cerca de um mês e, nas redes sociais, Luiz se apresentava como casado. A polícia acredita que a decisão de matar o empresário foi tomada depois que ele desistiu de assinar a união estável.
Parentes e amigos disseram que ele desistiu porque o casal brigava muito e ele tinha medo de uma eventual separação de bens. Inclusive, a família disse que Júlia inventou uma história para se reaproximar do empresário.
"A história que ela contava para o Marcelinho é que ela brigou com a mãe porque tinha terminado com um homem mais influente e rico para ficar com ele e que a mãe tinha botado ela para fora de casa por não aceitar o Marcelinho. Por isso eles foram morar juntos", declara o parente.
Segundo o delegado Marcos Buss, da 25ª DP (Engenho Novo), Júlia não gostou de saber que o namorado havia desistido de formalizar a união estável com ela. A suspeita está foragida da Justiça.
"A motivação é econômica. Nós temos elementos que a Júlia estava em processo de formalização de uma união estável com a vítima. Mas, em determinado momento, o que nos parece, é que a vítima desistiu da formalização da união", comentou Buss.
Júlia Andrade Cathermol Pimenta é procurada pela morte do namorado, o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond
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"Isso até robustece a hipótese de homicídio e não de um latrocínio, puro e simples, porque o plano inicial me parecia ser realmente eliminar a vítima depois que essa união estável estivesse formalizada", analisou o delegado.
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Luiz Marcelo foi encontrado morto dentro do apartamento dele no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, no dia 20 de maio. A suspeita é que ele tenha sido assassinado pela namorada com um brigadeirão envenenado.
As investigações sobre o caso indicam que Julia foi fria. Em seu depoimento, a suspeita disse que Luiz serviu o café da manhã dela na segunda de manhã, o que é impossível de acordo com a necropsia, já que o empresário já estava morto.
"É um caso aberrante porque evidência extrema frieza. Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima, com o cadáver, por cerca de 3, 4 dias. Lá ela teria dormido ao lado do cadáver, se alimentado, ela teria inclusive descido para a academia, se exercitado, retornado para o apartamento onde o cadáver se encontrava”, disse o delegado Marcos Buss.
"Nós estamos seguindo uma linha que seria um homicídio qualificado, qualificado aí pela torpeza, afinal ceifou a vida da vítima pra pegar os bens e também pelo emprego de veneno", completou.
'Cigana' mentora
A Polícia Civil não tem dúvidas de que Júlia matou Luiz Marcelo e permaneceu no apartamento dele por alguns dias, junto com o corpo.
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Os investigadores suspeitam da participação de pelo menos uma outra pessoa no crime. Suyany breschak se apresenta como cigana. De acordo com a polícia, ela pode ter ajudado Julia a planejar a morte de Luiz Marcelo.
Suyany contou que realizava limpeza espiritual em Júlia, que devia a ela R$ 600 mil pelos trabalhos prestados. Segundo ela, Luiz sabia que Júlia era garota de programa, pois foi assim que ele a conheceu.
Ela também disse em depoimento que Júlia admitiu ter colocado 50 comprimidos moídos em um brigadeirão e dado para Luiz Marcelo comer.
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Suyany também afirmou que Júlia admitiu ter coberto o corpo com lençóis e cobertores e colocado o ventilador direcionado para o corpo porque estava fedendo demais. A cigana afirmou que Júlia vinha reclamando há tempos de que não suportava mais Luiz Marcelo.
A mulher que está presa confessou ter recebido o carro de Luiz Marcelo das mãos de Júlia, que levou o veículo até Araruama, na Região dos Lagos, com vários pertences da vítima, como um computador. O carro seria o pagamento de parte de uma dívida.
O veículo foi entregue a um homem chamado Victor Ernesto de Souza Chaffi, que foi preso por receptação.
"Não dá para entender como uma pessoa consegue, né, entrar aqui e ter qualquer tipo de maldade com o ser humano tão bom que era o meu primo", comentou Pedro Paulo Ormond, primo da vítima.
"Luiz era uma pessoa maravilhosa. (...) É uma pessoa que vai deixar muita saudade", completou.
O advogado de Suyane, Cleison Rocha, diz que ela é inocente e está sendo acusada injustamente. “A Suyane trabalha com cartas e búzios, e a Júlia se consultava apenas com a Suyane. Não são amigas, elas têm apenas uma relação profissional."
Publicada por: RBSYS