Em Rio Grande, a prefeitura reabriu para os carros as ruas que estavam alagadas. No Sul do estado, água finalmente recua
No sul do Rio Grande do Sul, a água finalmente recuou.
As amigas Ângela Souza e Nara retomaram o velho hábito do chimarrão pela manhã. Elas estavam fora de casa por causa das inundações na Lagoa dos Patos.
Repórter: Que sensação a senhora experimentou quando entrou de volta na casa da senhora?
Ângela Souza, dona de casa: Foi bem ruim. Bem ruim porque está tudo molhado e com barro. Estragou geladeira. É bem complicado.
A Nara também teve prejuízo:
“A geladeira tive que levantar lá e aqui os sofás que não sei se vou aproveitar”.
A água recuou na Praia do Laranjal, em Pelotas. Mas a paisagem mudou. Do calçadão, de onde se via a lagoa, agora só se vê um banco de areia deixado pela enchente.
“A situação é complicada e acho, realmente, que ele tem o valor dele. Mas o que a gente quer mesmo é que isso tudo passe e que a gente volte a ter nossa praia como ela era antes”, diz o empresário Joaquim Pinho.
Em Rio Grande, mais ao sul do estado, a prefeitura reabriu para os carros as ruas que estavam alagadas. Depois de um mês, esta quinta-feira (6) é o primeiro dia que se consegue caminhar na orla de Rio Grande, onde a água avançou por mais de cinco quarteirões em algumas regiões da cidade. O nível da lagoa baixou porque o volume da água que desce do Guaíba já está bem menor e também porque essa água está com grande vazão em direção ao Oceano Atlântico. Nesta quinta-feira (6), a vazão foi de 15 milhões de litros por segundo.
“Em um intervalo de dez dias, nós já tivemos uma redução significativa do nível da região Sul em torno de 50 cm a 60 cm, e a tendência é que esse nível continue reduzindo. Nós, a partir de agora, passamos a ser favorecidos pela atuação dos ventos de nordeste”, explica Elisa Fernandes, do comitê de eventos extremos da FURG.
Aos pouco, a rotina vai voltando. No café da empresária Elenice Rodrigues, a clientela já se aquece de tarde com chocolate quente.
“Acho que agora, daqui para frente, é vida que segue. Eu acho que vai voltar tudo ao normal, se Deus quiser”, diz.
Publicada por: RBSYS