Prisões aconteceram na região de Mucuim, entre os dias 27 e 28 de maio. Militares apreenderam espingarda, pistola, revólver, munições e rádios transmissores. Armas e rádios transmissores encontrados por militares na TI Yanomami.
Comando Conjunto Catrimani II/Divulgação
Uma ação da operação Catrimani II, coordenada pelas Forças Armadas, prendeu três garimpeiros ilegais e apreendeu munições, um gerador e até uma submetralhadora dentro da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A informação foi divulgada nessa quarta-feira (29).
As prisões aconteceram na região de Mucuim, área com indícios de garimpo ilegal, entre os dias 27 e 28 de maio.
Segundo as forças, ainda houve um confronto entre integrantes da Força Nacional e garimpeiros na região de Palimiú, na madrugada do dia 22 de maio. As informações sobre feridos ou prisões na ocasião não foram divulgadas.
Acampamento de garimpeiros ilegais na Terra Indígena Yanomami.
Comando Conjunto Catrimani Ii/Divulgação
Durante a operação, militares apreenderam uma submetralhadora, uma espingarda, uma pistola e um revólver, além de munições para cada uma das armas. Ainda foram apreendidos rádios transmissores e colete balístico.
Na ação, eles também destruíram uma embarcação "voadeira" com motor, um gerador e materiais utilizados no acampamento e na atividade ilegal.
A missão, denominada de "Huke III", ocorreu em articulação com a Casa de Governo. O objetivo era prevenir e repreender ilícitos transfronteiriços, relacionados ao garimpo ilegal, que ameaçam os indígenas e o território.
Ela contou com a atuação de 20 militares e um helicóptero do 4⁰ Batalhão de Aviação do Exército (4⁰BAvEx), sob a coordenação do Comando Operacional Conjunto. Todos os presos foram entregues para a Polícia Federal.
"As Forças Armadas estão em constante prontidão para atuar, de forma interagências, com elevado nível de profissionalismo e operacionalidade, para dar a pronta resposta a qualquer tipo de ameaça que possa comprometer a segurança do Povo Indígena Yanomami, bem como a preservação do meio ambiente", declarou o Chefe do Estado-Maior Conjunto da Operação Catrimani II, Brigadeiro do Ar Steven Meier.
A Operação Catrimani II é uma ação conjunta coordenada entre órgãos de Segurança Pública, Agências e Forças Armadas no emprego, temporário e episódico, de meios na Terra Indígena Yanomami.
A primeira fase dela foi criada através da portaria nº 263 do Ministério da Defesa e permitiu a entrega de 15 mil cestas básicas no território. A segunda fase da operação deve seguir até o dia 31 de dezembro deste ano.
Voadeira utilizada por garimpeiros ilegais na Terra Yanomami.
Comando Conjunto Catrimani Ii/Divulgação
Terra Indígena Yanomami
A Terra Yanomami está em emergência de saúde desde janeiro de 2023, quando o governo federal começou a criar ações para atender os indígenas, como o envio de profissionais de saúde e cestas básicas. Além de enviar forças de segurança a região para frear a atuação de garimpeiros.
Mesmo com o enfrentamento, um ano após o governo decretar emergência, o garimpo ilegal e a crise humanitária permanecem na região.
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) estima que cerca de sete mil garimpeiros ilegais continuam em atividade no território. O número de invasores diminuiu 65% em um ano, se comparado ao início das operações do governo federal, quando havia 20 mil invasores no território.
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Em março deste ano, 600 indígenas, entre pacientes e acompanhantes, estavam vivendo na Casa de Saúde Indígena Yanomami (Casai), na capital Boa Vista. O local recebe os indígenas que estão com doenças mais graves e precisam receber atendimento de saúde dos hospitais na capital.
No dia 2 de abril, o Profissão Repórter mostrou como, um ano após a intervenção do governo federal, o garimpo e as doenças trazidas pelos invasores continuam sendo a maior ameaça para os Yanomami.
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Publicada por: RBSYS