O Partido do Congresso Nacional Africano venceu todas as eleições nacionais anteriores, desde a votação histórica de 1994, que pôs fim ao governo da minoria branca. Partido que teve Mandela como líder perde espaço na África do Sul
Pela primeira vez em 30 anos de democracia, o Partido do Congresso Nacional Africano vai ficar longe da maioria parlamentar e terá que fazer coalizões para continuar a governar o país. Mesmo sendo o mais votado, obteve pouco mais de 35%. Uma queda vertiginosa em relação aos 57,5% das últimas eleições nacionais, em 2019.
O principal partido da oposição, a Aliança Democrática, passou dos 21%. E o MK, do ex-presidente Jacob Zuma, quase 15%.
O Congresso Nacional Africano venceu todas as eleições nacionais anteriores, desde a votação histórica de 1994, que pôs fim ao governo da minoria branca e ao regime de segregação racial, levando Nelson Mandela ao poder.
O Congresso Nacional Africano venceu todas as eleições nacionais anteriores, desde a votação histórica de 1994.
TV Globo/Reprodução
Mas ao longo da última década, perdeu apoio à medida em que os sul-africanos assistiam à paralisação da economia, a maior do continente africano. O desemprego ali é um dos maiores, 32%. A corrupção também abala a nação de 62 milhões de habitantes, 80% deles negros.
Os eleitores escolhem os partidos, e o parlamento indica o presidente. O resultado pode levar à renúncia do atual chefe de governo, Cyril Ramaphosa, do Congresso Nacional Africano.
Os danos criados pelo apartheid ainda são muito visíveis. As taxas de criminalidade na África do Sul estão entre as mais altas do mundo, mais de 2 vezes maiores do que as do Brasil e mais de 40 vezes superiores às da Europa. O sonho de Nelson Mandela parece estar seriamente ameaçado.
Publicada por: RBSYS