Aos poucos, ginásios e escolas que servem de abrigo vão ganhando mais espaço com o retorno das famílias para casa. No entanto, somente em Porto Alegre, mais de 11 mil pessoas ainda não têm para onde ir. Quase 50 mil pessoas permanecem em abrigos no RS
Neste momento, no Rio Grande do Sul, quase 50 mil pessoas estão vivendo em abrigos.
As notícias que chegam por uma chamada de vídeo não são nada animadoras. A filha de Emanuela, que já deixou o abrigo, mostra como está a casa da mãe depois da enchente.
O Sandro Daniel Silva de Mattos também aguarda o dia de voltar para o bairro Sarandi, na Zona Norte da capital. Ele vivia de bicos como pintor. No abrigo da PUC de Porto Alegre, surgiu uma chance de trabalhar com carteira assinada.
“Veio um pessoal e conseguiu uma documentação virtual para mim, que as outras não sei se se salvaram. Estou na fase de exame médico. E é só isso, só isso que falta. E vou virar funcionário da PUC”, conta Sandro.
Aos poucos, ginásios e escolas que servem de abrigo vão ganhando mais espaço com o retorno das famílias para casa. Mas a espera está longe de chegar ao fim. Somente em Porto Alegre, mais de 11 mil pessoas ainda não têm para onde ir.
Quase 50 mil pessoas no Rio Grande do Sul ainda estão vivendo em abrigos improvisados
Jornal Nacional/ Reprodução
O estudante de fisioterapia Edison Fontoura é voluntário desde o dia da abertura do abrigo.
“A gente interage com as pessoas, elas contam as histórias delas, os dramas familiares que elas estão passando, o quanto elas estão nessa expectativa, como está a vida delas hoje, para onde elas vão, que tempo vai levar para retomar as suas vidas”, diz.
Luís Carlos Almeida dos Santos, de 75 anos, e Jurema Terezinha Ribeiro se abrigaram na PUC depois que a água avançou no bairro Humaitá. Os dois participaram do Jornal Nacional representando os cidadãos gaúchos há duas semanas. Agora, esperam voltar para casa em poucos dias. Depois de ir a uma dentista no abrigo, o aposentado encontrou um bom motivo para sorrir.
“Eu tinha perdido as minhas duas próteses na enchente e ela chegou e disse assim: Não, não seja por isso. Vamos botar um sorriso no seu rosto de novo”, conta Luís Carlos.
Perguntado como está seu sorriso, ele respondeu:
“Eu vou deixar a critério de vocês. Até pode dizer para o William Bonner que hoje eu estou com um sorriso melhor para conversar com ele, para dar um adeus e coisa e tal. Estou aqui rindo. Estou feliz”, comemora.
Publicada por: RBSYS