Seletivas Se Rasgum abre o radar para artistas da Amazônia, oferece mentoria e pitching. Três selecionados poderão compor line-up da 19ª do festival no Pará. Festival Se Rasgum, em Belém
Bruno Carachesti / Divulgação
O Festival Se Rasgum anunciou nesta segunda-feira (3) os dez selecionados para a Seletivas Se Rasgum. A iniciativa, pelo terceiro ano consecutivo, abre o radar para artistas da Amazônia.
De acordo com o festival, foram mais de 200 inscrições, selecionadas por júri composto de seis pessoas do mercado musical levando em consideração critérios artísticos e musicais, originalidade, criatividade, capacidade de comunicação eficaz, diversidade étnico-racial e equidade de gênero.
Os escolhidos passam, durante o mês de junho, por mentoria de carreira virtualmente e depois de pitching, onde poderão apresentar o trabalho para júri especializado no segmento.
Os três melhores avaliados terão oportunidade de fazer parte do line-up da 19ª edição do Festival Se Rasgum.
A etapa das Seletivas Se Rasgum 2024 - Amazônia Legal foi fomentada pelo Programa Funarte de apoio a ações continuadas 2023, é associada à Abrafin e Circuito Amazônico de Festivais.
Conheça os artistas selecionados
Neste ano, foram escolhidos as seguintes atrações:
Batuc Banzeiro (AM)
Batuc Banzeiro é uma banda amazonense formada em 2020, composta por Nando Montenegro, Amada Procópio e Bruno Mattos. Com uma proposta sonora que combina elementos da Música Popular Brasileira e do Rock Psicodélico, a banda se destaca por sua forte conexão com manifestações populares da Amazônia, resultando em uma experiência musical imersiva e original.
Dil Ferreira (PA)
Músico profissional autodidata, multi-instrumentista há mais de 20 anos, produtor musical e arranjador, o paraense Dil Ferreira é um grande difusor da guitarrada paraense. Em 2021 ele lançou seu primeiro single, Return, que lhe rendeu uma indicação para o Prêmio Amazônia de Música - Edição Pará 2023 de melhor música instrumental. Em 2022 ele criou um canal de guitarradas no YouTube para homenagear os criadores deste segmento e para manter viva esta cultura tão importante para a música brasileira.
Ian Wapichana (RR)
Artista, produtor audiovisual, produtor musical, músico multi-instrumentista, escritor e poeta, Ian Wapichana é descendente do povo Wapichana, originário do norte de Pindorama (RR). Fascinado pela pluralidade dos povos, deu início aos seus experimentos musicais e visuais no intuito de desmitificar e romper pensamentos colonizados sobre os povos originários que habitam nesse imenso território.
Isaías Alves (MA)
Natural da ilha de Upaon-Açu, São Luís (MA), Isaías Alves cresceu nos guetos, no meio das manifestações religiosas e culturais afro e indígena, sendo artisticamente influenciado por mestras e mestres de cultura popular do Maranhão, como a Dona Teté, Mestre Felipe, Mestre Coxinho, Humberto de Maracanã, Chagas da Maioba, dentre outros. Encontrou no Jazz a sua forma de expressão e liberdade. Art Blakey, Max Roach e Elvin Jones são bateristas da cena americana, que juntamente com a cultura popular, selam a concepção artística que norteia todo o seu trabalho.
Iuna Falcão (MA)
Original de São Luís do Maranhão, radicada em Salvador (BA), Iuna Falcão, realiza um mergulho musical profundo nas suas raízes Maranhenses afro-indígenas, e traz para o seu trabalho os ritmos e sonoridades da sua infância em São Luís, como o Tambor de Criola, Bumba Meu Boi, Cacuriá, Caixas do Divino, Tambor de Mina e outros, além da influência pelo movimento Hip Hop dos anos 1990 e o uso de programações.
Marcela Bonfim (RO)
Formada em economia pela PUC-SP e militante pela causa das populações negras e tradicionais, Marcela Bonfim lança seu olhar para a população amazônica com o seu trabalho “(Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta”, que foi contemplado pelo edital Natura Musical e lhe rendeu homenagem da Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia.
Mestra Cristina (PA)
Mestra Cristina é uma poetisa, natural de Vila Silva no município de Marapanim. Há muitos anos ela cumpre a função de Guardiã das sementes, atribuição esta que lhe foi outorgada pelo grande conhecimento das tradições agroecológicas de sua comunidade. Em 1971, ela inicia os trabalhos na elaboração e realização dos brinquedos cênicos, uma forma popular de expressão teatral. Festividade esta que é hoje uma das mais tradicionais de Vila Silva. É também nesta comunidade que Mestra Cristina junto com outras mulheres do Clube das Mães fundaram, em 1994, o pioneiro grupo feminino de carimbó pau e corda, Sereia do Mar.
Mestre Lourival Igarapé (PA)
Mestre Lourival Igarapé é artesão, compositor e músico percussionista, desenvolve trabalhos nas áreas de cultura popular dentro de escolas municipais e estaduais, bibliotecas, centros comunitários, praças e espaços culturais. Suas práticas são voltadas para salvaguardar os saberes do carimbó às novas gerações, repassadas pelas mãos do próprio Mestre.
Negrabi (PA)
Nascida e criada nas ruas do Tapanã, Belém do Pará, Negrabi expõe em suas composições o fracasso do sistema racista e sexista. Mandando a real como forma de sobrevivência, transita entre o drill, trap e boombap, encontrando na música sua maior arma de libertação. Com letras marcantes que abordam as vivências de jovens que não aceitam “não’’ como resposta, ela é uma das múltiplas vozes expoentes do rap paraense, nortista e amazônida.
Tani (AP)
Cantora, compositora e ativista, Tani nasceu em Fortaleza mas foi criada no Amapá onde reside até hoje. Neta de maestro e filha de músico, ela é uma verdadeira apaixonada por música e aos 13 anos começou a tocar violão e descobriu sua paixão pelo canto. Atualmente, ela lançou seu primeiro EP intitulado O que eu queria ter feito antes, em que reúne seis músicas autorais que usam como inspiração desde sentimentos pessoais a fatos do cotidiano, com relatos sobre personagens - reais ou fictícios.
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Publicada por: RBSYS